::: Lição 03 - Dia 21 de Julho de 2024 ::: Comentarista: Pr. Lenilson Silva de Oliveira :::
Os Sacrifícios são Vãos sem a Caridade
Texto Áureo
“O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá” (1 Coríntios 13:8)
Verdade Prática
Qualquer feito idealizado ou realizado por meio dos que professam a fé em Deus, sem o amor genuíno será vão, sem eficácia.
Objetivos da Lição
- Apresentar que é possível alguém exercer ações sem realmente possuir o amor de Deus.
- Afirmar que nada que venhamos fazer exteriormente, irá compensar a falta de amor.
- Reconhecer que nós, cristãos, devemos valorizar ou buscar o caminho mais correto em nossos corações.
Leitura Semanal
Segunda-Feira | Miquéias 6:6-8 | Ame a misericórdia
Terça-Feira | 2 Timóteo 4:5 | Sede sóbrio
Quarta-Feira | 1 Coríntios 13:3 | Doação e sacrifício
Quinta-Feira | Isaías 1:11-17 | Ofertas vãs
Sexta-Feira | Amós 5:21-24 | Afasta de mim
Sábado | Hebreus 13:16 | Deus se agrada
Hinos Sugeridos
- 115 e 127
Motivo de Oração
- Oremos para que junto a motivação do nosso coração possa existir o amor como força motriz.
Esquema da Lição
Introdução
1. Sem Amor
2. Não há como Compensar a Falta de Amor
3. Valorizando Grandemente a Presença do Amor
Conclusão
Leitura Bíblica em Classe
Isaías 1:11-17
11- De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes.
12- Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios?
13- Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembléias; não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene.
14- As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer.
15- Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
16- Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal.
17- Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.
Introdução
Falaremos sobre o tema proposto, que é o amor, numa ótica acerca dos sacrifícios, que tangem o campo da natureza moral do indivíduo. Inicialmente veremos acerca dos nossos atos de bondade e adiante discutiremos acerca dos sacrifícios que podemos oferecer.
Paulo fala aos irmãos de Corinto, que eles poderiam dar tudo pelo Reino, mas que isto não teria valor algum, se não fossem motivados pelo amor. Ajudar aos pobres é algo comum e necessário desde que for instituído na Lei de Moisés, mas é o amor que torna esses atos eficazes. Paulo também menciona sobre a doação de todos os bens e alguns sofrimentos extremos, como o de ser consumido pelas chamas da perseguição, quando alguém se torna um mártir, e novamente afirma que não será um sacrifício válido se a essência de tal sacrifício não for a caridade, o amor de Cristo em nós. A doutrina aqui é esta: tudo o que os homens podem fazer ou sofrer, nunca pode ser maquiado pela falta de amor sincero no coração. Que Deus nos use para seu louvor.
1. Sem Amor
Na carta aos Filipenses Paulo lista alguns dos seus próprios feitos, e isto antes da sua conversão, quando era religioso (Filipenses 3:5-6), como quando consentiu na morte de Estêvão e já estava com autorização para perseguir mais cristãos. Cita também como o Fariseu orou no templo registrado em Lucas 18:11-12, que se gloriava em observar os Mandamentos e sacrifícios com práticas litúrgicas. Muitos desses feitos são realizados de forma a aparentar boas ações, entretanto, as motivações costumam ser apenas engrandecer e propagar seu próprio nome e não o nome de Deus ou tirar algum benefício da situação. Conforme ensina Jesus no sermão do monte, ao contribuir com esmolas não devemos tocar trombetas (Mateus 6:2-3), pois isso é atitude de hipócrita e fariseus das sinagogas e ruas. Todavia, aprendemos que quem contribui com amor, nunca buscará seu próprio interesse, pois o Espírito Santo produz nos corações bondade, humildade e discrição.
Existem religiões que pregam que “fora da caridade, não há salvação”, partindo de pressuposto então de que toda obra de caridade que a pessoa fizer, ela estaria com o passaporte celestial na mão. Porém, a Palavra bíblica contrapõe este pensamento equivocado, pois não somos salvos pelas obras de caridade, “mas sim, pela graça, por meio da fé; e isso não vem de vós, é Dom de Deus”. Jesus é o Dom de Deus. A salvação “não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9).
Toda obra vazia de amor nos deixa vaidosos, orgulhosos, prepotentes, presunçosos. Porém, a fé em Cristo e a transformação que seu amor faz em nós, nos leva a boas obras, e sempre nos fará enxergar nossas limitações, pois como diz as Escrituras Sagradas: “portanto o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram” (2 Coríntios 5:14).
Há pessoas que praticam diversas obras de caridade, porém na hora de exercer as obras verdadeiras movidas pelo amor Ágape, não a possuem, pois estão cheias de idolatrias e motivações erradas, além de que negam a pessoa do Cristo, Filho de Deus, sendo que é através deste Filho que o amor do Pai foi revelado ao mundo.
Em 2 Timóteo 4:5 Paulo diz que haveria pessoas no tempo em que estamos vivendo que teriam aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. É possível que haja no nosso meio pessoas assim, cheias de obras, mas vazias do amor de Deus para com o próximo. Que o Espírito Santo de Deus venha nos mover para o caminho ainda mais excelente, o do amor.
2. Não há como Compensar a Falta de Amor
O princípio do verdadeiro amor que é vivido em nosso interior e se revela em nossas obras, e o que faz essas obras visíveis serem como uma oferta ao nosso Senhor. “Porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (1 Samuel 16:7). Deus não está interessado nos grandes feitos ou sofrimento dos homens. Ele está interessado nos motivos, propósitos e a finalidade de tais sofrimentos. O que move os nossos corações? É o amor, a bondade, a piedade, a misericórdia ou a avareza, o orgulho, a prepotência, a ganância?
Estaremos negligenciando a Deus e a Sua vontade se estivermos negligenciando o amor. Não podemos cair no erro de imaginar que compensaremos nossa falta de amor com sacrifícios ou boas obras. Seremos ainda mais pecadores e errantes se pensarmos que existe possiblidade de fazer o suficiente para obter crédito ou barganha com Deus. Nós nunca seremos capazes de pagar por nossa libertação e salvação. Nenhuma penitência, sofrimento ou ato de bondade será jamais capaz de adquirir aquilo que foi pago por Cristo na cruz do Calvário. Entretanto, aquele que é verdadeiramente salvo, tem o sangue de Cristo o purificando dia após dia e transformando-o cada vez mais em alguém que, cheio de amor, realiza grandes obras e sofre em nome do Evangelho do Reino. Como diz a Escritura em Romanos 13:8 “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros”, e nesta dívida sempre estaremos em débito, pois nada que venhamos fazer ou sofrer será capaz de completar ou compensar a falta do amor.
Uma demonstração externa de amor, sem o verdadeiro amor de coração, é hipocrisia e mentira. Toda a lisonja e adulação do mundo não podem enganar a Deus. Lembremo-nos de Judas Iscariotes, andava com Jesus, era seu discípulo, porém o que nele operava era um espírito ganancioso, traidor, hipócrita, cínico (Lucas 22:3-6). Amava o dinheiro e a vantagem que poderia tirar em demonstrar esse falso amor exterior.
Aquele que tem amor não fará grandes feitos para atrair os olhares para si, mas verá valor também no que é simples e corriqueiro, viverá todos os dias fazendo de tempos ordinários, dias extraordinários. Pois quem anda como Cristo sabe que todas as ações são colhidas e observadas, e não há um só dia que não tenhamos a oportunidade de espalhar o amor Dele a quem nos cerca.
Em 1 Pedro 4:8 diz: “mas, sobretudo, tende ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobrirá a multidão de pecados” e em Tiago 5:19-20 diz: “irmãos, se algum de entre vós se tem desviado da verdade, e alguém o converter, saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de pecados”.
3. Valorizando Grandemente a Presença do Amor
“Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes me ver” (Mateus 25:35-36).
É de maior valor aos olhos de Deus, o amor exercido a qualquer ser humano, do que a abdicação de todo um reino a favor dos pobres, sem este amor (Mateus 25:35-45). Não há possibilidade alguma em nós de fazermos o bem se não for o Espírito Santo trazendo uma nova vida, um novo coração, um novo pensamento, por isso a Bíblia nos ordena a buscar os melhores Dons, mas nos mostra um caminho mais excelente, o do amor (1 Coríntios 12:31). Portanto, com o amor seremos capazes de cumprir toda a Lei (Romanos 13:8).
Devemos examinar a nós mesmos. Mesmo que façamos com muita frequência, devemos nos perguntar se fomos sinceros nesta análise e se tudo o que realizamos foi realmente visando a Deus e Sua glória.
A sinceridade consiste em:
a) Verdade:
Aquele que é sincero faz as coisas demonstrando aquilo que está em seu interior, a verdadeira intenção do seu coração. O exterior é somente o reflexo.
b) Liberdade:
O verdadeiro cristão entende que a obediência a Deus e a Seus Mandamentos é o reflexo da confiança em Deus, portanto mesmo com a possibilidade de fazer algo diverso ao que Ele quer, somos livres a obedecer ao chamado do Senhor.
c) Integridade:
Isto é, um coração sincero é aquele totalmente entregue a Deus. Tanto o corpo, espírito e alma devem estar unidos no serviço e temor a Ele. Não há possibilidade de dividir o lugar de Deus com outros deuses, desejos ou idolatrias.
d) Pureza:
Aquele que possui o coração sincero busca servir a Deus com devoção e abdicação. Um Cristão dedicado serve ao Senhor com sua vida e vive em santificação.
Já que o amor é a soma de todas as virtudes, e tudo mais nada significa sem ele, vamos buscá-Lo com diligência e oração. Somente Deus pode nos dar um coração assim. Como diz em Filipenses 2:13 “porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua vontade”. Podemos ser chamados a trabalhar e sofrer muito, mas nunca devemos descansar nisso, pois são apensas evidências externas. Um amor sincero, de coração, é um fator essencial sem o qual as nossas melhores obras são invalidadas.
Não sejamos como o jovem rico, que valorizou mais seus bens do que o exercer o amor para com os que necessitavam. Pensava estar fazendo tudo que a Lei ordenava, porém, o amor voluntário, não possuía. Pois estava apegado nas coisas e não no que realmente tem valor diante do Deus da Lei. Nada que venhamos obter, será maior que a vida, e é nesta vida que precisamos aprender a amar, pois sem o amor ninguém conseguirá ser alguém.
Conclusão
Sem o verdadeiro amor no coração, produzido pelo Espírito Santo, nós podemos até negar a nós mesmos e sofrer muito, mas tudo isso é em vão. Nenhuma destas coisas pode expiar os nossos pecados ou tornar-nos agradáveis diante de Deus. Nós podemos ficar alegres por fazermos alguma coisa para tentar compensar a falta de graça em nossos corações, mas não há substituto algum para isso. Não devemos descansar em nada daquilo que temos feito, sofrido ou conquistado. Descanse somente em Cristo. Procuremos preencher o nosso coração com um amor sincero a Cristo, pois nada que fizermos será capaz de substituir, preencher, representar, suceder o amor que Deus pode e quer operar em nós através das obras, atitudes, feitos aos nossos semelhantes.