::: Lição 02 - Dia 14 de Julho de 2024 ::: Comentarista: Pr. Lenilson Silva de Oliveira :::

A Caridade é mais Excelente do que os Dons do Espírito

Texto Áureo

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine” (1 Coríntios 13:1)

Verdade Prática

Há excelência no amor, comparando-o com todos os outros Dons do Espírito.

Objetivos da Lição

- Mostrar a distinção entre dons ordinários e extraordinários.

- Esclarecer por que o amor é o mais excelente.

- Ensinar que os Dons podem e devem ser medidos.

Leitura Semanal

Segunda-Feira | Mateus 22:37-40 | Amarás a Deus

Terça-Feira | Gálatas 5:22 | O Fruto do Espírito

Quarta-Feira | Mateus 5:46 | Além do normal

Quinta-Feira | 1 Coríntios 16:14 | Com amor

Sexta-Feira | 2 Pedro 1:4 | Coparticipantes

Sábado | Mateus 19:16-22 | O que fazer

Hinos Sugeridos

- 27 e 35

Motivo de Oração

- Oremos para que nosso coração possa estar rendido ao Verdadeiro Amor.

Esquema da Lição

Introdução

1. Devemos Distinguir os Dons

2. A Suprema Excelência do Amor

3. A Medida dos Dons Extraordinários

Conclusão

Leitura Bíblica em Classe

1 Coríntios 13:1-8

01- Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

02- E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

03- E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

04- O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.

05- Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;

06- Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

07- Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

08- O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá.

09- Porque em parte conhecemos, e em parte profetizamos;

10- Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.

11- Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

12- Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.

13- Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o amor.

Introdução

Nesta lição, estudaremos a excelência que há no amor, pois todos os Dons que são dados à Igreja por intermédio do Espírito Santo, são com o propósito de propagação do Evangelho, edificação e santificação de Seu Povo. O capítulo 13, ao qual estamos estudando, é precedido pela seguinte sentença: “e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente” (1 Coríntios 12:31). Vejamos que existe um tom de advertência nessa frase. O amor deve ser visto como maior dos Dons Espirituais, um “caminho ainda mais admirável”, pois Paulo se dirige principalmente às pessoas que estão exercendo os demais Dons na Igreja de Corinto.

O apóstolo Paulo deixa recomendações importantíssimas à Igreja, sendo a última recomendação a mais importante: “fazei tudo com amor” (1 Coríntios 16:14). Fazendo assim, veremos uma igreja sólida, que vive uma vida cristã aprovada e saudável. Deus ilumine a cada um de nós com Sua vontade (1 Coríntios 13:8; 1 Timóteo 1:5; 1 Coríntios 12:31).

1. Devemos Distinguir os Dons

É de vital importância entendermos o que difere as várias operações do Espírito Santo, e uma forma de distinguir é dividindo essas atuações como ordinárias e extraordinárias. Os Dons ordinários, como o amor, são genuinamente expressados pelos cristãos, pois o amor não existe por si só (João 5:42), mas é derramado pelo Espírito em todas as épocas, para edificação em santidade, e também para conforto destes. O amor deve ser o princípio predominante em nossas vidas.

Os Dons ordinários são qualidades que Deus implanta na natureza de cada pessoa, que entre em nossa própria alma, transformando-a em uma jóia preciosa (2 Pedro 1:4). O homem será restaurado à imagem de Deus, através de seu amor revelado a nós (João 3:16). Deus valoriza e destaca o caráter que age com amor, paciência, benignidade, altruísmo, honestidade, perseverança na retidão. Os maiores no Reino de Deus serão aqueles que aqui se distinguem em piedade interior e no amor de Deus (Lucas 22:24-30).

Os Dons extraordinários são como uma jóia, a qual adorna o corpo de forma externa, porém pode estar vazia por dentro. Tais pessoas podem exibir Dons, gabar-se de possuir grande fé, atuar em curas e milagres, falar em línguas e profetizar. Entretanto, ao fazê-lo, frequentemente atraem grande número de pessoas, mas, aos olhos de Deus, se tornaram como um nada, em razão da falta do amor. Deus é amor! E quando não há amor, existe um vazio terrível.

Os Dons extraordinários são capazes de atrair pessoas a Cristo, e deixar a quem os possui de fora, lembremo-nos de quando Jesus disse e Mateus registrou no capítulo 7:22-23 “muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor”. Porém, os Dons ordinários são capazes de conduzir tanto o pregador quanto o recebedor da mensagem a Cristo. Veja o escrito de Paulo em 1 Timóteo 4:15-16 “medita nestas coisas, ocupa-te nelas”. Meditar e ocupar em quê? “Na Palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé, na pureza”, e a Palavra continua dizendo que “fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem”.

2. A Suprema Excelência do Amor

Em grande parte do capítulo 13 de 1 Coríntios, Paulo descreve o caminho desse amor, porém é importante recordar que, antes de Paulo chegar a sua descrição do caminho do amor, ele fala da urgência de todos os Dons espirituais serem exercidos. Porém, mesmo o mais extraordinário exercício dos Dons é inútil sem amor, os resultados são praticamente nulos. Como bem afirma: “serei como um metal que soa ou como o sino que tine” e “nada disso me aproveitaria”.

Devemos tomar cuidado com o cessacionismo, já que é uma visão cristã que nega a continuidade de alguns dos Dons espirituais na atualidade, por acreditarem que estes encerraram nos tempos apostólicos. Os Dons ainda são válidos, Paulo não questiona isso! Mas os resultados são dissonantes e corrosivos para a comunidade, e a própria pessoa não se torna nada e nada ganha com tal exercício se não estiver embasado no amor.

Mesmo o homem em sua melhor devoção, se em tudo aquilo lhe faltar amor, ele próprio não fará algo de bom para si e nem presumivelmente a sua comunidade. Existe mais excelência no amor do que nos Dons extraordinários, porque o amor é paciente, o amor é bondoso e essas virtudes são atributos do próprio Deus comunicáveis a nós.

Não são os Dons que nos credenciam ao céu, mas sim o amor. Lembremo-nos do jovem rico, possuía toda ciência da Lei, porém não quis exercer o amor aos menos favoráveis (Mateus 19:16-22). Outro ocorrido foi o doutor da Lei interrogando o Mestre, “que farei para herdar a vida eterna?”. Mesmo diante de uma resposta de acordo com as Escrituras, ele se justificou afirmando que não sabia quem era o próximo (Lucas 10:25-37).

Conseguimos ver Deus ou o mundo enxergar o amor de Deus em nós, através das obras de amor e não pelos Dons, pois os Dons até mesmo Satanás pode imitar, através de falsos crentes, disfarçados como servos. Mas aquilo que provém de Deus jorra de uma fonte de amor (Mateus 24:11,24; 2 Coríntios 11:13-15).

3. A Medida dos Dons Extraordinários

É antibíblico e insensato se pensar que quem tem um Dom de operação extraordinária visível, é mais espiritual do que quem tem Dons de operação mais interiorizada, menos visível. Quando uma pessoa possui um Dom espiritual não significa que Deus aprova tudo quanto ela faz ou ensina (1 João 4:1). Não se devem confundir Dons do Espírito, com o Fruto do Espírito, o qual se relaciona mais diretamente com o caráter e a santificação do crente (Gálatas 5:22-23).

Os Dons do Espírito Santo na vida da pessoa, sem o exercício do amor poderão gerar no homem: arrogância, prepotência, ganância, inveja e orgulho. Já o Fruto do Espírito gera humildade, dependência, submissão, mansidão e renúncia. Para o serviço no Reino de Deus é necessário ser primeiramente de boa reputação, cheio do Espírito, sábio para ser discipulado e provado para ser usado.

Devemos discernir o comportamento de alguém não por sua ação no culto através dos Dons espirituais, mas sim, com a medida do amor, pois a maior demonstração do crente cheio de Deus, não está na reação dos Dons, mas sim, em uma vida devota ao cuidado com seu próximo.

Vejamos o exemplo da irmã Dorcas em Atos 9:36-42. Essa irmã não foi lembrada pelos milagres que operou, pelas vidas que libertou, e nem por haver profetizado, mas sim pelas túnicas e vestes que fizera. Perceba que o que está sempre diante de Deus não são os nossos feitos extraordinários, mas sim, as obras de amor que demonstram o caráter cristão (Apocalipse 2:2-4,8-9,14-15,19-20; Apocalipse 3:1,8,15-18).

A Bíblia nos ensina que “colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:16-23). Não serão todos que fazem as mesmas obras de Jesus que entrarão no Reino dos Céus, mas sim todos que fazem a vontade Dele. Todo crente “que está em Cristo deve andar como Ele andou” (1 João 2:6-11). E como Cristo andou? Se vangloriando dos seus feitos extraordinários? Das maravilhas que operou? Das grandes mensagens que pregou? Dos ensinos que realizou e da multidão que o seguia? Não. Cristo andava em amor, cumprindo a vontade do Pai e dedicando-se ao serviço do Reino. Somente imitando o exemplo de Jesus que seremos suas testemunhas.

Conclusão

Porque o amor é mais excelente do que os Dons extraordinários? Pois, foi através da morte de cruz por mim e por você que Jesus revelou o amor do Pai ao mundo. Como escreveu o apóstolo Paulo em Romanos 5:8 “Mas Deus prova seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores”. Ele enviou Seu Filho para morrer por nós, portanto devemos amar uns aos outros; esse é nosso modelo de vida. Pois ainda que eu busque e receba todos estes Dons e não venha buscar o amor de nada irá me valer. Haja em vista que, mesmo recebendo os Dons e não tendo amor, poderei ser rejeitado por Cristo e não ser conhecido Dele.