“De tarde e de manhã e ao meio-dia orarei; e clamarei, e Ele ouvirá a minha voz.” (Salmos 55:17)
Cristo deseja que tenhamos intimidade com Ele, por meio de um relacionamento sincero e consistente, isso através da oração. Nenhum relacionamento profundo e duradouro é construído sem que haja comunicação.
Expor os efeitos da insistência.
Destacar o poder da oração.
Mostrar a intenção das repetições e das vãs repetições.
Segunda-Feira | Lucas 18:1 | Não desfalecer
Terça-Feira | Romanos 12:12 | Persevere na oração
Quarta-Feira | Efésios 6:18 | Orem no Espírito
Quinta-Feira | Colossenses 4:2 | Dedique-se à oração
Sexta-Feira | 1 Timóteo 2:8 | Ore em todo lugar
Sábado | Filipenses 4:6 | Ore com o coração
459 e 107 da Harpa Cristã
Ore para que nossa fé e esperança não esmoreçam.
Introdução
1- Interpretação da Parábola
2- O juiz
3- A viúva
4- O poder da oração
Conclusão
1- E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer;
2- Dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem.
3- Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário.
4- E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens,
5- Todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito.
6- E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz.
7- E Deus não fará justiça aos Seus escolhidos, que clamam a Ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?
8- Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?
Veremos na parábola do juiz iníquo, relatada por Lucas, a incrível habilidade de Jesus de criar imagens vívidas com o mínimo de palavras. Nos é contada a história de uma mulher simples, uma viúva que não desiste de buscar justiça, apesar de seu caso se deparar com um juiz vil e indiferente. Há na parábola uma exortação para orarmos mais, termos uma vida cristã fiel e aguardarmos com perseverança a intervenção divina.
A categoria desta parábola não está clara, entretanto, o que podemos observar é que se trata de uma narrativa que funciona como um contraste; ou seja, mostra a diferença entre os elementos. Nesta narrativa vemos um chamado ao discernimento, uma defesa da fé, da oração e da justiça.
A parábola segue imediatamente após um breve discurso sobre a “segunda vinda” (Lucas 17:22-37), um tema escatológico, oferecendo conclusão ao referido discurso.
Uma característica marcante desta parábola, é ser precedida, intencionalmente, de uma explicação. O propósito era um alerta aos discípulos, que deveriam orar sempre sem esmorecer. No contexto do Novo Testamento, podemos compreender o uso das palavras “esmorecer” e “desfalecer” como um incentivo a suportar as perseguições do fim dos tempos; como orienta Paulo à igreja de Éfeso (Efésios 3:13).
Muitos comentaristas ao analisar a estrutura jurídica do judaísmo, compreendem a existência de dois tribunais: um judaico e outro gentílico. Acreditamos que a parábola se refere a um juiz gentílico, possivelmente nomeado por Roma. Observamos isso, através da seguinte declaração: “não temia a Deus nem respeitava os homens” (Lucas 18:2). Tratava-se de alguém que não mostrava nenhum respeito por Deus, nem por Sua vontade e nem por Sua Lei. Ele distorcia princípios e diretrizes que, outrora no Antigo Testamento foram estabelecidos por Josafá (quando escolhe juízes para a Terra / 2 Crônicas 19:4-6).
A figura do juiz iníquo é um contraste ao Justo Juiz, nosso Deus. O juiz cedeu ao pedido da viúva, só por egoísmo, para se esquivar da contínua importunação causada por ela. Já a atitude de Deus, nosso Supremo Juiz, é o oposto, pois usa de infinita misericórdia com os que O procuram.
Usemos para reflexão o questionamento de MacArthur: “Se um magistrado tão depravado pode ser coagido por mera persistência, a conceder justiça a uma viúva pela qual ele não se importa, acaso Deus não fará justiça aos Seus escolhidos que clamam a Ele dia e noite?”.
Como observa Bailey: “no Antigo Testamento, a viúva é um símbolo típico dos inocentes, impotentes e oprimidos”. Nos escritos veterotestamentários, podemos ver diversas passagens que mostram a súplica das viúvas e a inclinação de Deus em defendê-las (Deuteronômio 24:17; Zacarias 7:10; Provérbios 15:25).
Naquela cultura, os tribunais eram um domínio masculino, uma mulher jamais teria apelado a um juiz caso houvesse um homem em sua vida para fazê-lo. Pobre, vítima de alguma injustiça ou opressão, a viúva da parábola tem como único recurso buscar retificação nos tribunais. Facilmente reconhecidas por suas vestimentas típicas (Gênesis 38:14,19), muitas delas não eram idosas, pois casaram-se muito jovens.
As viúvas ficavam sem nenhum tipo de sustento, sem ter direito de herdar os bens de seu marida, caso houvesse, elas tinham difíceis opções: ficar na casa da família de seu marido, assumindo uma posição quase servil ou voltar para a casa de sua família, devolvendo o dinheiro gasto nas negociações de seu casamento. A situação delas era inegavelmente miserável, podendo até chegar à escravidão.
A oração move o braço do Onipotente. Em qualquer situação podemos recorrer ao nosso Senhor, Ele jamais repele alguém que a Ele se dirige com um coração contrito, Ele ouvirá até o mais débil ser humano.
O perigo que nos cerca é o desânimo, oriundo da constante tentação e/ou prova, nos fazendo deixar de perseverar em oração.
Por vezes, podemos considerar que Deus está demorando para cumprir determinadas coisas. Mas, o tempo de Deus é perfeito, não há atrasos (Gálatas 4:4), não pode ser medido ou cronometrado, mas atua na nossa história consoante à Sua vontade.
Se sentirmos que “Deus está atrasado”, devemos focar na fé e na confiança que o Senhor age no momento perfeito, nem antes, nem depois. O tempo da espera pode ser também o tempo em que seremos lapidados e aprimorados no caráter de Cristo.
É necessário enfatizar a diferença entre: perseverar em oração e usar vãs repetições.
Podemos caracterizar vãs repetições como uma série de palavras recorrentes e decoradas, ao invés de uma oração sincera. Deus, a quem oramos, Onipotente e Onisciente não se deixará influenciar pela extensão ou pelo vocabulário rebuscado das nossas orações, mas por um coração contrito e quebrantado.
Perseverar em oração é o mesmo que não permitir que nada nos impeça de orar. Para tanto, precisamos definir prioridades para a nossa vida, definir nosso tempo de oração como um compromisso inegociável. A oração perseverante também é cheia de gratidão (Filipenses 4:6), isso revela uma fé firmada em Deus. É muito fácil limitar nossa oração apenas aos pedidos e às queixas, em vez de agradecer e louvar a Ele. Esse tempo com o Pai será de grande bênção para nós e também ficará visível para outras pessoas devido à mudança em nossa postura e segurança em Deus.
Esta parábola nos apresenta o caráter de Deus: misericordioso, paciente e ávido em ajudar. Nos aponta a necessidade de estarmos vigilantes para o juízo e a justiça que virá de Deus. E, finalmente, nos ensina que o clamor incessante nos fortalece no dia mal e nos dá sensibilidade para sermos gratos. Aprendemos que temos um Pai que deseja ouvir a nossa voz, Ele quer construir um relacionamento sincero e profundo conosco, seus filhos.
- SITE AINDA EM CONSTRUÇÃO -